26.11.06
GENI E A ÉTICA Por Beto Volpe
Joãozinho chega da escola, confuso:
- Pai, hoje a professora deu uma aula estranha, não entendi nada. Ela falou sobre ética. O que é isso, papai?
Ao que o pai responde: - Vou te dar um exemplo: imagine uma velha senhora, bem pobrezinha, que vem à nossa loja, faz uma compra de dez reais e, por engano, paga com uma nota de cinqüenta. Aí entra a ética, o papai conta pro sócio.
Nunca se falou tanto em ética em nosso país. É a Geni do momento: todos a desejam, todos a possuem. E em um momento eleitoral a classe política transforma essa veneração pela ética em uma espécie de epidemia. E não é somente a classe política, o discurso ético está presente também nos gestores públicos em saúde, nos laboratórios farmacêuticos, nos médicos e profissionais da área da saúde e do próprio movimento social. É a ética na saúde pública.
O problema é que esse conceito muitas vezes se restringe a essa área mesmo, a conceitual. Os interesses político-partidários fazem com que de dois em dois anos vivamos um festival de desastrosas indicações para cargos estratégicos dentro do SUS. Gestores públicos vivem às voltas com escândalos envolvendo aplicação de verbas em metas muitas vezes questionáveis através de processos e licitações muitas vezes suspeitas. Laboratórios farmacêuticos, especialmente os detentores de patentes, se opõem a uma visão de saúde pública mais equilibrada entre a questão humanitária e o lucro exigido pelos seus acionistas. Médicos e profissionais da área da saúde por vezes esquecem dos juramentos feitos em suas formaturas e tratam os clientes do SUS (também chamados de pacientes) de forma desrespeitosa e por vezes desumana, trazendo para sua prática o conceito "aidético", onde a enfermidade se sobrepõe ao ser humano. E um movimento social que por vezes parece que esqueceu que, se temos um dos melhores programas de AIDS do mundo (alguns crêem que seja o melhor), esse foi conquistado pela força do ativismo. A chave para o sucesso do Programa Nacional de DST/AIDS é e sempre foi a participação cidadã, é o controle social exercido pelas pessoas vivendo com HIV e pelas ONGs que faz com que se implante, mantenha e avance em políticas públicas modernas e eficientes. E a ética também está no lema do VI Congresso da Sociedade Brasileira de DST e II Congresso Brasileiro de AIDS, ocorrido em Santos de 17 a 20 últimos: "DST/AIDS no SUS: Compromisso e Interfaces". A escolha do tema não poderia ter sido mais feliz, ainda mais quando temos para um futuro imediato a implantação do Pacto pela Saúde, que irá redimensionar as interfaces dentro do SUS e que necessitará, mais do que nunca, de comprometimento para que esse processo tenha êxito. Inclusive e principalmente do controle social, onde a força do ativismo seja a prioridade e não a mera execução de projetos e prestação de serviços para os gestores como tem se verificado como tendência, confundindo a atribuição de papéis de cada um dentro da resposta brasileira. Vivemos cada qual em seu pequeno espaço dentro do amplo universo chamado AIDS no SUS e por vezes nos passam desapercebidos problemas específicos enfrentados pelos vários setores dessa estratégia. E os problemas são muitos, porém o principal deles é o conceito de que a AIDS tornou-se uma doença crônica, sob controle. Por conta disso temos uma queda significativa nas ações de prevenção por parte dos gestores municipais, onde a dificuldade encontrada para a contratação de agentes é a desculpa usual para a não execução de metas e acúmulo de verbas de incentivos sem resultados alcançados. Retrocesso que também assola a vida das pessoas vivendo com HIV, com a revogação ou criação de entraves para a plena garantia de direitos como de benefícios sociais e previdenciários, estes de forma sistemática e programada. O conceito de grupo de risco é novamente reforçado com a manutenção das restrições de doação de sangue pelos gays e outros HSH. Quem esteve a par da Conferência da Sociedade Internacional de AIDS ocorrida ano passado no Rio de Janeiro ainda lembra que foi unânime a opinião de que sem transferência de tecnologia e produção local de medicamentos não será possível suprir a demanda mundial e equilibrar as relações entre capital e humanidade na prática de mercado e preços internacionais.. Vemos no Brasil nossas mulheres e nossos adolescentes cada vez mais vulneráveis à infecção, lembrando o quadro sombrio pintado na mesma Conferência onde foi relatado que em algumas regiões da África a população é exclusivamente masculina pois todas as mulheres haviam morrido e órfãos cantam em suas cantigas de roda o momento em que levaram os caixões dos pais para serem sepultados. E recentemente na Conferência de Toronto, foi reafirmada a existência de uma "super-infecção" em curso no mundo e que a mesma já estaria no Brasil, com prevalência de até 80% de vírus recombinantes em alguns serviços de saúde, sem que ainda se saiba ao certo que impacto trará para a assistência e para a expectativa de vida das pessoas afetadas. No início da epidemia costumava-se ironizar dizendo, "ai que saudades da sífilis e da gonorréia". Hoje, a ironia é "ai, que saudades do vômito e da diarréia". Os efeitos colaterais têm se transformado em um pesadelo tanto para as pessoas vivendo com HIV como para os profissionais envolvidos em seu manejo. Em 1998 surgiu a lipodistrofia, para a qual a ciência deu sua pronta resposta com técnicas e alternativas para minimizar seu impacto, porém a resposta pública veio oficialmente apenas em 2004 com a publicação de portaria contendo uma série de procedimentos. E hoje, em 2006, ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelas pessoas vivendo com HIV em ter atendido apenas um de seus itens, o preenchimento facial. Casos de osteonecrose que estão sendo tratados à base de diclofenaco, afinal, são mais muito baratos do que próteses. Assistimos a uma verdadeira epidemia paralela de linfomas ocorrendo em perfis diversos dos usuais, retardando seu diagnóstico e colocando em sério risco a manutenção da vida, quanto mais a qualidade da mesma. Sem falar nos riscos cardiovasculares e nos efeitos neurológicos que vêm avançando em gravidade e fazem com que fique difícil engolir, de novo. Estamos atravessando uma fase muito delicada da história da humanidade. As alterações climáticas que faziam parte de nosso imaginário e dos filmes de ficção científica, hoje são uma realidade e ainda não se sabe qual o impacto nos seres vivos de nosso planeta. Sabe-se, no entanto, que gerarão queda na produção de alimentos e bens, aumento da fome e das desigualdades sociais, recrudescimento de conflitos e guerras, tudo isso desaguando nos sistemas de saúde. A simultaneidade de epidemias como AIDS, tuberculose, hepatite C e aviária, esta já podendo ser avistada no horizonte nos fazem crer que os desafios irão aumentar, e muito. Portanto, como diz o lema do Vivendo deste ano, promovido pelos Pela Vidda do Rio e Niterói: CHEGA DE LERO-LERO! Há que se fazer um Pacto pela Ética, onde esta seja representada pelos compromissos e interfaces de cada integrante desse sistema. Há que se ter um comprometimento maior com a ampliação de ações e estratégias, e não apenas a manutenção do que já foi conquistado. Que se ter agilidade nos processos de incorporação de novas estratégias de enfrentamento à epidemia. Que se fortaleça as interfaces com demais setores sociais e governamentais no enfrentamento à epidemia, fazendo com que a indústria, o comércio e os demais órgãos governamentais se aliem a esta luta de forma afirmativa, com incremento da responsabilidade e dotações orçamentárias garantindo esse incremento de ações na luta contra a AIDS. Que o conceito de ética seja transformado em realidade nas menores ações de todos nós nesse enfrentamento. E que Geni volte a ser apenas a musa maldita que sempre foi e não mais o sinônimo de ética na saúde pública. A VOZ DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV DEVE SER OUVIDA COM MAIOR COMPROMETIMENTO, TANTO DENTRO DOS CONSULTÓRIOS COMO EM TODAS AS INTERFACES PROVOCADAS PELA EPIDEMIA, QUE SE REINVENTA A CADA INSTANTE E PARA QUE SE TENHA UMA RESPOSTA RÁPIDA E EFICIENTE A NOSSA PERCEPÇÃO DOS NOVOS DESAFIOS DEVE SE ANTEPOR À EPIDEMIOLOGIA. Tudo o que permeia o universo das verdades transitórias chamado AIDS tem como origem um vírus cuja principal característica é a capacidade de rever estratégias de forma imediata e atacar de forma cada vez mais insidiosa e desafiadora. Se nós, todos nós, não tivermos essa mesma capacidade, ele ganha a luta.
Beto Volpe é presidente do Grupo Hipupiara e Ponto Focal Brasil da Rede Latino-americana de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS
Texto encaminhado pelo Forum Nacional de Hepatites
- Pai, hoje a professora deu uma aula estranha, não entendi nada. Ela falou sobre ética. O que é isso, papai?
Ao que o pai responde: - Vou te dar um exemplo: imagine uma velha senhora, bem pobrezinha, que vem à nossa loja, faz uma compra de dez reais e, por engano, paga com uma nota de cinqüenta. Aí entra a ética, o papai conta pro sócio.
Nunca se falou tanto em ética em nosso país. É a Geni do momento: todos a desejam, todos a possuem. E em um momento eleitoral a classe política transforma essa veneração pela ética em uma espécie de epidemia. E não é somente a classe política, o discurso ético está presente também nos gestores públicos em saúde, nos laboratórios farmacêuticos, nos médicos e profissionais da área da saúde e do próprio movimento social. É a ética na saúde pública.
O problema é que esse conceito muitas vezes se restringe a essa área mesmo, a conceitual. Os interesses político-partidários fazem com que de dois em dois anos vivamos um festival de desastrosas indicações para cargos estratégicos dentro do SUS. Gestores públicos vivem às voltas com escândalos envolvendo aplicação de verbas em metas muitas vezes questionáveis através de processos e licitações muitas vezes suspeitas. Laboratórios farmacêuticos, especialmente os detentores de patentes, se opõem a uma visão de saúde pública mais equilibrada entre a questão humanitária e o lucro exigido pelos seus acionistas. Médicos e profissionais da área da saúde por vezes esquecem dos juramentos feitos em suas formaturas e tratam os clientes do SUS (também chamados de pacientes) de forma desrespeitosa e por vezes desumana, trazendo para sua prática o conceito "aidético", onde a enfermidade se sobrepõe ao ser humano. E um movimento social que por vezes parece que esqueceu que, se temos um dos melhores programas de AIDS do mundo (alguns crêem que seja o melhor), esse foi conquistado pela força do ativismo. A chave para o sucesso do Programa Nacional de DST/AIDS é e sempre foi a participação cidadã, é o controle social exercido pelas pessoas vivendo com HIV e pelas ONGs que faz com que se implante, mantenha e avance em políticas públicas modernas e eficientes. E a ética também está no lema do VI Congresso da Sociedade Brasileira de DST e II Congresso Brasileiro de AIDS, ocorrido em Santos de 17 a 20 últimos: "DST/AIDS no SUS: Compromisso e Interfaces". A escolha do tema não poderia ter sido mais feliz, ainda mais quando temos para um futuro imediato a implantação do Pacto pela Saúde, que irá redimensionar as interfaces dentro do SUS e que necessitará, mais do que nunca, de comprometimento para que esse processo tenha êxito. Inclusive e principalmente do controle social, onde a força do ativismo seja a prioridade e não a mera execução de projetos e prestação de serviços para os gestores como tem se verificado como tendência, confundindo a atribuição de papéis de cada um dentro da resposta brasileira. Vivemos cada qual em seu pequeno espaço dentro do amplo universo chamado AIDS no SUS e por vezes nos passam desapercebidos problemas específicos enfrentados pelos vários setores dessa estratégia. E os problemas são muitos, porém o principal deles é o conceito de que a AIDS tornou-se uma doença crônica, sob controle. Por conta disso temos uma queda significativa nas ações de prevenção por parte dos gestores municipais, onde a dificuldade encontrada para a contratação de agentes é a desculpa usual para a não execução de metas e acúmulo de verbas de incentivos sem resultados alcançados. Retrocesso que também assola a vida das pessoas vivendo com HIV, com a revogação ou criação de entraves para a plena garantia de direitos como de benefícios sociais e previdenciários, estes de forma sistemática e programada. O conceito de grupo de risco é novamente reforçado com a manutenção das restrições de doação de sangue pelos gays e outros HSH. Quem esteve a par da Conferência da Sociedade Internacional de AIDS ocorrida ano passado no Rio de Janeiro ainda lembra que foi unânime a opinião de que sem transferência de tecnologia e produção local de medicamentos não será possível suprir a demanda mundial e equilibrar as relações entre capital e humanidade na prática de mercado e preços internacionais.. Vemos no Brasil nossas mulheres e nossos adolescentes cada vez mais vulneráveis à infecção, lembrando o quadro sombrio pintado na mesma Conferência onde foi relatado que em algumas regiões da África a população é exclusivamente masculina pois todas as mulheres haviam morrido e órfãos cantam em suas cantigas de roda o momento em que levaram os caixões dos pais para serem sepultados. E recentemente na Conferência de Toronto, foi reafirmada a existência de uma "super-infecção" em curso no mundo e que a mesma já estaria no Brasil, com prevalência de até 80% de vírus recombinantes em alguns serviços de saúde, sem que ainda se saiba ao certo que impacto trará para a assistência e para a expectativa de vida das pessoas afetadas. No início da epidemia costumava-se ironizar dizendo, "ai que saudades da sífilis e da gonorréia". Hoje, a ironia é "ai, que saudades do vômito e da diarréia". Os efeitos colaterais têm se transformado em um pesadelo tanto para as pessoas vivendo com HIV como para os profissionais envolvidos em seu manejo. Em 1998 surgiu a lipodistrofia, para a qual a ciência deu sua pronta resposta com técnicas e alternativas para minimizar seu impacto, porém a resposta pública veio oficialmente apenas em 2004 com a publicação de portaria contendo uma série de procedimentos. E hoje, em 2006, ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelas pessoas vivendo com HIV em ter atendido apenas um de seus itens, o preenchimento facial. Casos de osteonecrose que estão sendo tratados à base de diclofenaco, afinal, são mais muito baratos do que próteses. Assistimos a uma verdadeira epidemia paralela de linfomas ocorrendo em perfis diversos dos usuais, retardando seu diagnóstico e colocando em sério risco a manutenção da vida, quanto mais a qualidade da mesma. Sem falar nos riscos cardiovasculares e nos efeitos neurológicos que vêm avançando em gravidade e fazem com que fique difícil engolir, de novo. Estamos atravessando uma fase muito delicada da história da humanidade. As alterações climáticas que faziam parte de nosso imaginário e dos filmes de ficção científica, hoje são uma realidade e ainda não se sabe qual o impacto nos seres vivos de nosso planeta. Sabe-se, no entanto, que gerarão queda na produção de alimentos e bens, aumento da fome e das desigualdades sociais, recrudescimento de conflitos e guerras, tudo isso desaguando nos sistemas de saúde. A simultaneidade de epidemias como AIDS, tuberculose, hepatite C e aviária, esta já podendo ser avistada no horizonte nos fazem crer que os desafios irão aumentar, e muito. Portanto, como diz o lema do Vivendo deste ano, promovido pelos Pela Vidda do Rio e Niterói: CHEGA DE LERO-LERO! Há que se fazer um Pacto pela Ética, onde esta seja representada pelos compromissos e interfaces de cada integrante desse sistema. Há que se ter um comprometimento maior com a ampliação de ações e estratégias, e não apenas a manutenção do que já foi conquistado. Que se ter agilidade nos processos de incorporação de novas estratégias de enfrentamento à epidemia. Que se fortaleça as interfaces com demais setores sociais e governamentais no enfrentamento à epidemia, fazendo com que a indústria, o comércio e os demais órgãos governamentais se aliem a esta luta de forma afirmativa, com incremento da responsabilidade e dotações orçamentárias garantindo esse incremento de ações na luta contra a AIDS. Que o conceito de ética seja transformado em realidade nas menores ações de todos nós nesse enfrentamento. E que Geni volte a ser apenas a musa maldita que sempre foi e não mais o sinônimo de ética na saúde pública. A VOZ DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV DEVE SER OUVIDA COM MAIOR COMPROMETIMENTO, TANTO DENTRO DOS CONSULTÓRIOS COMO EM TODAS AS INTERFACES PROVOCADAS PELA EPIDEMIA, QUE SE REINVENTA A CADA INSTANTE E PARA QUE SE TENHA UMA RESPOSTA RÁPIDA E EFICIENTE A NOSSA PERCEPÇÃO DOS NOVOS DESAFIOS DEVE SE ANTEPOR À EPIDEMIOLOGIA. Tudo o que permeia o universo das verdades transitórias chamado AIDS tem como origem um vírus cuja principal característica é a capacidade de rever estratégias de forma imediata e atacar de forma cada vez mais insidiosa e desafiadora. Se nós, todos nós, não tivermos essa mesma capacidade, ele ganha a luta.
Beto Volpe é presidente do Grupo Hipupiara e Ponto Focal Brasil da Rede Latino-americana de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS
Texto encaminhado pelo Forum Nacional de Hepatites
9.11.06
Boletim Álcool e Drogas sem Distorção - 03/11/2006
13.10.06
CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Alcool.
CLIC NO LINK ACIMA E ACESSE
O que é o CISA?
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é gerar uma fonte de informações sobre o binômio saúde e álcool. O Centro dispõe de um banco de dados baseado em publicações científicas reconhecidas nacional e internacionalmente, em dados oficiais (governamentais) e na informação de qualidade publicada em jornais e revistas destinados ao público em geral.
Nós sabemos que o álcool é um fator agravante para os portadores de hepatite B e C. Para tanto é necessário estar bem informado sobre este outro inimigo para atacá-lo frente a frente. Acesse o link acima clicando no mesmo ou copie o endereço abaixo e cole na barra de endereço do seu navegador. Bom proveito!
http://www.cisa.org.br/home.php
Ministério da Saúde Lança Cartilha de Hepatites para Comunicadores
10/10/2006 – 10h20
Com o objetivo de ampliar o conhecimento das hepatites virais entre comunicadores, jornalistas, radialistas e operadores da noticia, o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV) do Ministério da Saúde esta lançando a publicação “ A,B,C,D,E de Hepatites para Comunicadores”.A iniciativa visa multiplicar, por meio dos formadores de opinião informações sobre causas, formas de prevenção, necessidade de detecção e vacinação entre a população em geral. A publicação tem tiragem de cinco mil exemplares e esta sendo distribuída para comunicadores cadastrados e a entidades de classes como sindicatos, associações e câmaras técnicas para distribuição entre seus associados.
“A idéia de elaboração deste material surgiu num seminário ocorrido no Rio de Janeiro, no ano passado, que reuniu comunicadores de 14 estados para discutir e se informar sobre o tema”, comenta a médica Gerusa Figueiredo, coordenadora do PNHV.
Segundo ela, na ocasião, foi verificada a necessidade de se adaptar para linguagem jornalística informações sobre as hepatites virais, de forma a colaborar para a desmistificação do tema e a quebra de preconceitos. Em forma de pergunta e resposta a publicação aborda especificidades das hepatites A, B, Delta e E , dedicando-se também a informações sobre co-infecções com o HIV. O jornalista Liandro Lindner, consultor do programa se dedicou a colher as principais duvidas e necessidades dos profissionais e organizou a publicação a partir deste levantamento.
A hepatite pelo vírus B representa um dos maiores problemas de saúde pública mundial, tanto por sua magnitude quanto por estar relacionada a formas crônicas, cirrose e câncer primário do fígado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que haja na América Latina e no Caribe, aproximadamente 400.000 novas infecções pelo vírus da hepatite B a cada ano. A hepatite C é uma infecção recentemente identificada e de progressão geralmente lenta. Sua maneira de ocorrência e prevalência na população ainda não estão completamente elucidadas. O agente etiológico da infecção é o vírus da hepatite C (HCV), identificado em 1989.
De acordo com a OMS, estima-se haver 170 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, aproximadamente 3% da população do planeta. O HCV é quase cinco vezes mais disseminado pelo mundo que o HIV e calcula-se que de três a quatro milhões de novas pessoas se infectem a cada ano. Nos EUA, a hepatite C tornou-se a principal causa de doença hepática crônica e a indicação mais comum de transplante hepático.
O material também pode ser acessado também através do site http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/hepatites_abcde.pdf.
Fonte: PNHV - Forum Nacional de Hepatites
Com o objetivo de ampliar o conhecimento das hepatites virais entre comunicadores, jornalistas, radialistas e operadores da noticia, o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV) do Ministério da Saúde esta lançando a publicação “ A,B,C,D,E de Hepatites para Comunicadores”.A iniciativa visa multiplicar, por meio dos formadores de opinião informações sobre causas, formas de prevenção, necessidade de detecção e vacinação entre a população em geral. A publicação tem tiragem de cinco mil exemplares e esta sendo distribuída para comunicadores cadastrados e a entidades de classes como sindicatos, associações e câmaras técnicas para distribuição entre seus associados.
“A idéia de elaboração deste material surgiu num seminário ocorrido no Rio de Janeiro, no ano passado, que reuniu comunicadores de 14 estados para discutir e se informar sobre o tema”, comenta a médica Gerusa Figueiredo, coordenadora do PNHV.
Segundo ela, na ocasião, foi verificada a necessidade de se adaptar para linguagem jornalística informações sobre as hepatites virais, de forma a colaborar para a desmistificação do tema e a quebra de preconceitos. Em forma de pergunta e resposta a publicação aborda especificidades das hepatites A, B, Delta e E , dedicando-se também a informações sobre co-infecções com o HIV. O jornalista Liandro Lindner, consultor do programa se dedicou a colher as principais duvidas e necessidades dos profissionais e organizou a publicação a partir deste levantamento.
A hepatite pelo vírus B representa um dos maiores problemas de saúde pública mundial, tanto por sua magnitude quanto por estar relacionada a formas crônicas, cirrose e câncer primário do fígado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que haja na América Latina e no Caribe, aproximadamente 400.000 novas infecções pelo vírus da hepatite B a cada ano. A hepatite C é uma infecção recentemente identificada e de progressão geralmente lenta. Sua maneira de ocorrência e prevalência na população ainda não estão completamente elucidadas. O agente etiológico da infecção é o vírus da hepatite C (HCV), identificado em 1989.
De acordo com a OMS, estima-se haver 170 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, aproximadamente 3% da população do planeta. O HCV é quase cinco vezes mais disseminado pelo mundo que o HIV e calcula-se que de três a quatro milhões de novas pessoas se infectem a cada ano. Nos EUA, a hepatite C tornou-se a principal causa de doença hepática crônica e a indicação mais comum de transplante hepático.
O material também pode ser acessado também através do site http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/hepatites_abcde.pdf.
Fonte: PNHV - Forum Nacional de Hepatites
1.10.06
FORUM NACIONAL DE HEPATITES - Mais um espaço virtual para discussão e união em rede.
Recebemos do companheiro Jorge Alves - Associação Carioca de Redução de Danos- ACRD e coordenador do Fórum Nacional de Hepatites o convite abaixo. Devemos estimular e participar de ações positivas como esta, que visa o fortalecimento da rede de hepatites.
Peço a todos os associados que divulguem em suas listas a existência do Fórum Nacional de Hepatites e qual é a dinâmica de seu funcionamento.No Fórum todas as mensagens são lidas e respondidas por todos, caso o desejem, é um espaço democrático e de todos nós, justamente para poder facilitar as ONGs de Hepatites do Brasil a estarem permanentemente em contato, trocando informações, idéias, divulgando novidades, etc.....Solicito também que qualquer matéria sobre as Hepatites Virais que cada um tenha acesso, que coloque na REDE para que todos nós possamos compartilhar de um conhecimento Global e Nacional.Também podemos divulgar eventos Regionais e Nacionais, trocar tecnologias, falar de tratamento, prevenção, formulação de projetos que podem ser promovidos por várias ONGs em parcerias, enfim, é o espaço que estava faltando para o Movimento Nacional de Hepatites se comunicar e se articular.Aqui também podemos formular propostas de militância, todos sabemos que o PNHV é um segmento do MS que tem uma receita muito pequena, em relação a AIDS, TB, Hanseníase, etc..... Aqui podemos por exemplo enviar uma "chuva de e-mails" para o MS solicitando que o PNHV seja fortalecido e tenha uma verba maior para ações operacionais. Aqui podemos influenciar e ajudar a melhorar este órgão tão importante para todos nós que é o PNHV. Desejo que todos sejam bem vindos a este espaço.
Um grande abraço a todos. Jorge Alves.
Peço a todos os associados que divulguem em suas listas a existência do Fórum Nacional de Hepatites e qual é a dinâmica de seu funcionamento.No Fórum todas as mensagens são lidas e respondidas por todos, caso o desejem, é um espaço democrático e de todos nós, justamente para poder facilitar as ONGs de Hepatites do Brasil a estarem permanentemente em contato, trocando informações, idéias, divulgando novidades, etc.....Solicito também que qualquer matéria sobre as Hepatites Virais que cada um tenha acesso, que coloque na REDE para que todos nós possamos compartilhar de um conhecimento Global e Nacional.Também podemos divulgar eventos Regionais e Nacionais, trocar tecnologias, falar de tratamento, prevenção, formulação de projetos que podem ser promovidos por várias ONGs em parcerias, enfim, é o espaço que estava faltando para o Movimento Nacional de Hepatites se comunicar e se articular.Aqui também podemos formular propostas de militância, todos sabemos que o PNHV é um segmento do MS que tem uma receita muito pequena, em relação a AIDS, TB, Hanseníase, etc..... Aqui podemos por exemplo enviar uma "chuva de e-mails" para o MS solicitando que o PNHV seja fortalecido e tenha uma verba maior para ações operacionais. Aqui podemos influenciar e ajudar a melhorar este órgão tão importante para todos nós que é o PNHV. Desejo que todos sejam bem vindos a este espaço.
Um grande abraço a todos. Jorge Alves.
INIBIDOR DE POLIMERASE NO TRATAMENTO DA HEPATITE C
Foram apresentados os resultados da fase 1b da pesquisa realizada pelas empresas ViroPharma Incorporated e Wyeth Pharmaceuticals utilizando um inibidor de polimerase (HCV-796) combinado ao interferon peguilado no tratamento da hepatite C. Os dados, preliminares, estudaram a eficácia e segurança de diversas dosagens do HCV-796, utilizando entre 100 mg/kg até 1.000 mg/kg em diversos genótipos de pacientes virgens de tratamento.Após 14 dias de medicação o total dos pacientes apresentou redução da carga viral entre 3,3 e 3,5 log (redução de 99,95% até 99,997%). Para efeito comparativo, quando foi utilizado somente o interferon peguilado em 14 dias e conseguida uma redução de somente 1,7 log. Nenhum efeito tóxico foi observado em relação ao HCV-796 nos 14 dias da pesquisa.Nos pacientes infectados com o genótipo 1 a redução em 14 dias ficou entre 2,5 e 3,2 log quando empregado o HCV-796 e de 1,3 log quando empregado o interferon peguilado em monoterapia.A redução de 2 log, hoje considerada o padrão ouro para se avaliar o efeito dos medicamentos foi obtida após 14 dias entre 70% e 90% dos pacientes que foram medicados com a combinação de peguilado e HCV-796, contra somente 43% dos que utilizaram só o peguilado.No dia 14 do tratamento 33% dos pacientes que receberam o HCV-796 já estavam indetectáveis (negativos) no teste de PCR utilizado, o qual tinha um limite de sensibilidade de 50 UI/ml. O estudo foi realizado em 16 pacientes na forma duplo-cego (12 receberam interferon peguilado e HCV-796 e quatro pacientes interferon peguilado e placebo).Os dados apresentados pelos pesquisadores são muito promissores em relação ao inibidor de polimerase no tratamento da hepatite C. Os inibidores de polimerase são em certas formas similares na sua forma de atuar aos inibidores de proteases, atuando sobre proteínas ou enzimas que são necessárias para a replicação do vírus. Em médio prazo serão os responsáveis pela revolução no tratamento da hepatite C, pois serão conseguidos índices de cura muito superiores, com menos efeitos adversos e colaterais e tratamentos de menor duração.
Fontes: Informações para a imprensa fornecidas por ViroPharma Incorporated e veiculadas pelo Forum Nacional de Hepatites.
Fontes: Informações para a imprensa fornecidas por ViroPharma Incorporated e veiculadas pelo Forum Nacional de Hepatites.
5.9.06
Campanha do Dia Internacional da Hepatite C
ABSOLUTO SUCESSO A CAMPANHA DE TESTAGEM DE HEPATITES DURANTE O DIA INTERNACIONAL DA DOENÇA EM JOÃO PESSOA.
Nos dias 20 e 21 de maio de 2006 os voluntários da ONG Grupo Confiantes no Futuro realizaram uma Campanha de divulgação entre a população transeunte do Parque Sólon de Lucena, Lagoa (no sábado) e da Orla Marítma de Tambaú, Busto de Tamandaré (no domingo) onde foram realizados testes rápidos de detecção da hepatite C ( anti-HCV) pela primeira vez no estado da Paraíba.
Este teste permite apenas com uma picada no dedo (semelhante ao de diabetes) determinar se a pessoa é suspeita de ser portador do virus da hepatite C. O seu resultado é imediato!
Os casos positivos foram encaminhados ao Centro de Testagem e Controle (CTA) da Prefeitura Municipal de João Pessoa em uma relação nominal na segunda feira após a campanha. Estes foram comunicados do seu resultado em suas casas e encaminhados para novos exames de confirmação e tratamento.
A campanha contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde que ofereceu apoio logístico, de divulgação, carros de som, folhetos explicativos, camisetas que foram distribuidas entre a população, além de pessoal de apoio. A secretária municipal de saúde de João Pessoa: Dra. Roseana, junto com sua equipe de assessores se fizeram presentes nos locais da Campanha, demonstrando o seu apoio a esta iniciativa do Grupo confiantes no Futuro.
Nossos agradecimentos em nome dos portadores e da comunidade à secretaria municipal e que estas açoes se desdobrem em outras de caráter permanente não só neste como em outros municípios do estado. Infelizmente a ONG não conseguiu, embora tenha tentado, uma audiência com o secretário estadual de saude Dr. Geraldo Almeida para tal fim.
Nos dias 20 e 21 de maio de 2006 os voluntários da ONG Grupo Confiantes no Futuro realizaram uma Campanha de divulgação entre a população transeunte do Parque Sólon de Lucena, Lagoa (no sábado) e da Orla Marítma de Tambaú, Busto de Tamandaré (no domingo) onde foram realizados testes rápidos de detecção da hepatite C ( anti-HCV) pela primeira vez no estado da Paraíba.
Este teste permite apenas com uma picada no dedo (semelhante ao de diabetes) determinar se a pessoa é suspeita de ser portador do virus da hepatite C. O seu resultado é imediato!
Os casos positivos foram encaminhados ao Centro de Testagem e Controle (CTA) da Prefeitura Municipal de João Pessoa em uma relação nominal na segunda feira após a campanha. Estes foram comunicados do seu resultado em suas casas e encaminhados para novos exames de confirmação e tratamento.
A campanha contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde que ofereceu apoio logístico, de divulgação, carros de som, folhetos explicativos, camisetas que foram distribuidas entre a população, além de pessoal de apoio. A secretária municipal de saúde de João Pessoa: Dra. Roseana, junto com sua equipe de assessores se fizeram presentes nos locais da Campanha, demonstrando o seu apoio a esta iniciativa do Grupo confiantes no Futuro.
Nossos agradecimentos em nome dos portadores e da comunidade à secretaria municipal e que estas açoes se desdobrem em outras de caráter permanente não só neste como em outros municípios do estado. Infelizmente a ONG não conseguiu, embora tenha tentado, uma audiência com o secretário estadual de saude Dr. Geraldo Almeida para tal fim.
A Candidata ao Governo Lourdes Sarmento Recebe a Carta Aberta e se Propõe a Divulgá-la.
A servidora pública Lourdes Sarmento, única mulher candidata ao governo estadual nas eleições deste ano na Paraíba, recebeu a carta aberta aos candidatos ao governo do estado e hoje se comunicou com o presidente do Grupo Confiantes no Futuro se prontificando a divulgá-la em seu horário no Guia Eleitoral, como também nacionalmente.Se postou como simpatizante desta causa e defensora dos direitos dos portadores de hepatites e transplantados de fígado do estado da Paraíba.
30.8.06
Comissão da ONG entrega em mãos Carta Aberta aos candidatos ao governo Cássio Cunha Lima e José Targino Maranhão.
Uma comissão da ONG Confiantes no Futuro de Apoio aos portadores de Hapatites e Transplantados de Fígado entregou na data de hoje (30/08/06), uma carta aberta aos candidatos ao governo do estado da Paraíba: Cássio da Cunha Lima e José Targino Maranhão.
Os representantes da ONG: Clarice Pires, Yara Fontes, José Reginaldo de Moura, Carlos Fernando, Candido Pessoa e Waldir Pedrosa Amorim foram recebidos na Granja Santana pelo governador Cássio da Cunha Lima e em sua residencia pelo senador José Targino Maranhão, oportunidade em que expuseram a grave situação das hepatites no Brasil e no âmbito estadual e solicitaram o compromisso com a causa.
A mesma carta será entregue à partir de amanhã aos candidatos: Carlos David de Carvalho Lobão, Francisco Carlos Firmino de Sousa, Hélio Jorge Chaves, Maria de Lourdes Sarmento, Marinesio Ferreira da Silva.
Os encontros de hoje foram extremamente proveitosos, na opinião da comissão.
Não fizemos pedidos específicos para esta ou aquela situação apenas, relacionada às hepatites, doença que precisa sair do silêncio imposto pela falta de divulgação e compromisso do setor público. As hepatites matam, invalidam ou levam ao transplante centenas de paraibanos! Nosso enfoque é global e pela definição de uma política abrangente que comtemple: campanhas de prevenção, testes de detecção dos infectados,diagnóstico e tratamento.
VEJA NESTE BLOG A ÍNTEGRA DA CARTA ABERTA
Íntegra da Carta Aberta aos Candidatos ao Governo do estado da Paraíba.
CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA
Senhor Candidato,
Em nome dos infectados crônicos com as hepatites B e C no Estado da Paraíba, solicitamos informar, de forma pública, qual será seu programa, para enfrentar este angustiante problema de saúde coletiva no nosso estado, caso seja eleito.
A ausência de uma política específica tem conduzido apenas a um pequeno contingente de seus portadores a terem o diagnóstico e tratamento destas doenças.
No estado da Paraíba, temos cerca de 80 indivíduos em programa de tratamento para a hepatite por vírus C e alguns poucos em tratamento para a hepatite pelo vírus B. Quando de fato sabemos que estes números não expressam a nossa realidade.
Isto significa que pessoas humanas, por não terem sido diagnosticadas e tratadas, morrerão destas temíveis doenças.
A identificação destas duas hepatites, na maior parte das vezes, tem se dado já nas formas graves e avançadas, sendo elevada a mortalidade.
A falta de uma política estadual e nacional de ações preventivas que envolva a vacinação (no caso da hepatite B), campanhas educativas (de divulgação e esclarecimento da população), ações de educação e de vigilância sanitária, destinadas a potenciais elos da cadeia de transmissão da infecção como: profissionais do sexo, manicures, tatuadores, drogadictos, profissionais de saúde (que executam procedimentos pérfuro-cortantes) como: acupunturistas, odontólogos, dermatologistas etc., assim como, a falta de implantação de centros de testagem e de aconselhamento (CTAs) com pessoal capacitado, levam a comunidade a ignorar sua doença ou a se contaminar.
A sub-notificação dos casos, inviabiliza o conhecimento da magnitude do problema no nível estadual, impossibilita as ações epidemiológicas, e impede o planejamento das ações de saúde destinadas ao controle eficaz destas nosologias. Isto redunda na ausência de caracterização dos desafios a serem vencidos. No plano nacional impede-nos de ser capazes de reivindicar e propor projetos junto ao Ministério da Saúde.
As hepatites crônicas B e C evoluem em cirrose hepática, aumentam o risco e a incidência de câncer do fígado (carcinoma hépato-celular), e de complicações como: hemorragia digestiva, varizes no esôfago e estômago, infecções, coma hepático, desorientação (encefalopatia hepática) barriga dágua (ascite), dentre outras complicações.
Estas patologias têm ceifado vidas de cidadãos paraibanos, os tem incapacitado na fase produtiva de suas vidas e até mesmo na infância. Têm absorvido recursos com o tratamento de formas avançadas e graves, aumentado o número de internações hospitalares (de média e alta complexidade) e conduzido seus portadores a morrerem nas filas de transplantes hepáticos ou deles necessitarem.
No país como um todo, dos mais de quatro milhões de infectados pela hepatite C, somente seis mil e quinhentos receberam tratamento pelo SUS no ano de 2005.
Quanto a hepatite B, dos dois milhões de infectados somente 1.030 foram tratados no mesmo período.
Prosseguindo com esta política de tratamento serão necessários mais de mil anos para oferecer tratamento aos atuais infectados.
A maioria das contaminações aconteceu nas décadas de 70 e 80. Diante da historia natural da doença, aproximadamente 25% dos infectados desenvolverão cirrose na próxima década. Mais de um milhão e meio de brasileiros deverão perder sua saúde e/ou morrer.
Não existe uma abordagem consistente para esta questão que não perpasse por ações simultâneas de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Para o diagnóstico se carece na maioria dos casos, além dos exames de rotina, de testes que envolvem: a) biologia molecular que o nosso estado possui os equipamentos, mas não dispõe de kits para sua execução. b) biopsia hepática e exame histopatológico, sempre difíceis de serem conseguidos, por não possuirmos um bom centro de referência para o tratamento das hepatites, faltar agulhas para biópsia e pela escassez de patologistas treinados para este fim.
Para o tratamento vive-se em sobressalto com a possibilidade dos medicamentos faltarem, não sendo raros os casos de sua falta ocasional ou duradoura, período em que os portadores interrompem seus tratamentos, com sérias repercussões sobre sua eficácia. Os fornecedores de medicamentos, via de regra não estão sendo ressarcidos, sob a alegação de falta de verbas nos cofres estaduais para a contrapartida de seu financiamento com o Ministério da Saúde. Existem estados brasileiros que estão sem medicamentos.
Os preços praticados pelos fornecedores são díspares de estado para estado, ocorrendo em alguns casos pagamento de valores acima dos preços de mercado, com gastos para o erário público além do esperado. Fruto de políticas irresponsáveis com a coisa pública.
No caso da hepatite B, apesar de reconhecida a possibilidade de mutação viral (um tipo de resistência do vírus à droga) se dispõe de uma única droga para uso oral, e ainda não se disponibilizou drogas já aprovadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que são necessárias para o tratamento deste tipo de situação.
Apesar de previsto pela portaria 2080 de 31/10/03 que criou o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), só em 15 de setembro de 2005 foi finalmente criado o Comitê Técnico de Acompanhamento Epidemiológico, Prevenção, Controle e Assistência das Hepatites Virais no âmbito do Estado da Paraíba. Embora louvável, a sua tardia, porém concreta constituição, este carece de efetivo apoio, de infra-estrutura e de facilidade em seus canais de comunicação com a secretaria estadual de saúde, com o governo do estado e com os municípios, para que desempenhe plenamente sua função.
Necessita-se de um efetivo Programa Estadual de Hepatites Virais (atualmente inexistente) que possa atuar voltado para as nossas peculiaridades estaduais. Para tal é preciso um planejamento orçamentário que garanta a sobrevivência das ações deste programa, caso desejemos enfrentá-lo coerentemente.
Entendemos como outras organizações nacionais de portadores de hepatites que: declarar as hepatites uma ação estratégica do governo, conseguindo recursos do Tesouro Nacional, centralizando as compras dos medicamentos e desonerando os estados de qualquer despesa com os insumos, venha a ser uma postura digna e correta a ser implementada.
Propugnamos para que os senhores governadores eleitos pelo povo, se comprometam em fazer destas questões, planos de ação a serem incorporados e defendidos com os demais governadores e representantes do poder legislativo de nossa nação.
Desejamos, nesta ocasião, expressar a nossa confiança na sensibilidade aos reclamos que aqui emitimos. Estes se endereçam ao enfrentamento de uma grave situação, que necessita ser urgentemente reparada e que exige que os senhores se posicionem sobre quais medidas serão adotadas.
Aguardamos vosso posicionamento que será enviado a nossos associados, membros da nossa lista de hepatites, aos mais de 21.000 associados das ONGs congêneres nacionais e a mídia em geral.
João Pessoa 30 de agosto de 2006
Waldir Pedrosa Dias de Amorim
Presidente da ONG Confiantes no Futuro de Apoio a Portadores de Hepatites e Transplantados de Fígado
27.8.06
FOLHA ONLINE
27/08/2006 - 19h42
Morre Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana
Morreu neste domingo dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, 75, arcebispo de Mariana (MG), em decorrência de falência múltipla de órgãos.
Dom Luciano estava internado no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, desde o dia 17 de julho, para tratar de um câncer no fígado. Ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu em estado grave, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos.
No Hospital das Clínicas, Dom Luciano tratava de um tumor provocado por uma recidiva do câncer desenvolvido há dois anos. Em 2004, submeteu-se a uma cirurgia no fígado para retirada do tecido doente. Ele havia contraído hepatite C há cerca de cinco anos, devido a uma transfusão. Em alguns casos, o câncer de fígado aparece como uma das complicações da hepatite C.
Presidiu a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) de 1987 a 1994, tendo sido também secretário-geral de 1979 a 1987. Foi vice-presidente do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano)de 1995 a 1998.
Dom Luciano escrevia uma coluna publicada aos sábados na Folha de S.Paulo. Natural do Rio de Janeiro, entrou para a ordem religiosa de Santo Inácio (dos jesuítas) e doutorou-se em Filosofia em 1965. Foi sagrado bispo em maio de 1976, e trabalhou na Arquidiocese de São Paulo, deste ano até 1988.
Na arquidiocese de São Paulo, auxiliou Dom Evaristo Arns e organizou abrigos para menores abandonados. Em Minas Gerais, não interrompeu seu trabalho social e dedicou seus últimos anos a percorrer hospitais para socorrer os necessitados.
A CNBB informou que o corpo será velado na Catedral da Sé, em São Paulo. Amanhã, às 9h, haverá a missa de corpo presente, também na Sé, presidida pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes. O funeral segue para Belo Horizonte e depois, para Mariana, onde o corpo será sepultado na Catedral Nossa Senhora Assunção.
23.5.06
A RESPONSABILIDADE COM O CIDADÃO
A população recebe com interesse e carinho as ações de saúde, o que demonstra o quanto necessitamos evoluir para atender seus interesses por maior acesso ao diagnóstico enquanto é tempo, ao tratamento enquanto é possivel ser tratado.
A falta de divulgação sobre as hepatites, juntamente com a falta de diagnóstico dos casos suspeitos é um mal que adia o um grave problema: para quem adoece, para quem se torna incapacitado para o trabalho, para o sustento de suas famílias, e para quem morre no meio do caminho deixando a convivência dos seus.
É uma ilusão deixar de investir com ações de saúde pública e tratamento destas doenças, pois tornam-se muito mais caros os gastos com internações hospitalares, aposentadoria, e transplantes hepáticos.
É importante que se saiba e que se diga que todo dinheiro para a saúde advém dos impostos que a população paga para ter serviços sérios e eficazes.
Quem administra tem de ser capaz e consciente para empreender políticas públicas que melhorem as condiçoes de vida da população. A saúde é um bem que quando se perde não há caminho de volta.
O Dia Internacional da Hepatite C é um grito apenas! Espera acordar as autoridades em qualquer nível para que tomem atitudes urgentes relacionadas tanto à Hepatite C quanto à Hepatite B, pois ambas são flagelos que temos de superar e que não se supera sem a presença do estado.
22.5.06
DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA A HEPATITE C
ABSOLUTO SUCESSO A CAMPANHA DE TESTAGEM DE HEPATITES DURANTE O DIA INTERNACIONAL DA DOENÇA EM JOÃO PESSOA.
Nos dias 20 e 21 de maio de 2006 os voluntários da ONG Grupo Confiantes no Futuro realizaram uma Campanha de divulgação entre a população transeunte do Parque Sólon de Lucena, Lagoa (no sábado) e da Orla Marítma de Tambaú, Busto de Tamandaré (no domingo) onde foram realizados testes rápidos de detecção da hepatite C ( anti-HCV) pela primeira vez no estado da Paraíba.
Este teste permite apenas com uma picada no dedo (semelhante ao de diabetes) determinar se a pessoa é suspeita de ser portador do virus da hepatite C. O seu resultado é imediato!
Os casos positivos foram encaminhados ao Centro de Testagem e Controle (CTA) da Prefeitura Municipal de João Pessoa em uma relação nominal na segunda feira após a campanha. Estes foram comunicados do seu resultado em suas casas e encaminhados para novos exames de confirmação e tratamento.
A campanha contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde que ofereceu apoio logístico, de divulgação, carros de som, folhetos explicativos, camisetas que foram distribuidas entre a população, além de pessoal de apoio. A secretária municipal de saúde de João Pessoa: Dra. Roseana, junto com sua equipe de assessores se fizeram presentes nos locais da Campanha, demonstrando o seu apoio a esta iniciativa do Grupo confiantes no Futuro.
Nossos agradecimentos em nome dos portadores e da comunidade à secretaria municipal e que estas açoes se desdobrem em outras de caráter permanente não só neste como em outros municípios do estado. Infelizmente a ONG não conseguiu, embora tenha tentado, uma audiência com o secretário estadual de saude Dr. Geraldo Almeida para tal fim.
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